A arte de lidar com pessoas… “complicadas”
Quem nunca teve que lidar com um colega que tem um temperamento difícil, que atire a primeira pedra!
Gostaria de discorrer um pouco sobre “lidar com pessoas”. Não sou estudioso do tema, porém, já passei por situações que me proporcionaram algum aprendizado empírico. Existem inúmeras linhas de pensamento, muitos artigos, livros, pesquisas sobre o tema. Sinceramente, não tenho intenção de concorrer ou de iniciar nenhuma teoria; gostaria somente de colocar aquilo que vivenciei e, ao meu modo de ver, deu resultado.
Logo que iniciei no meu último emprego, experimentei uma situação complicada. Na linguagem popular, posso dizer “me colocaram na berlinda”. Existia um processo que, para ser concluído, necessitava do aval de várias áreas na empresa. Especialmente a pessoa que assinava por uma dessas áreas era extremamente difícil de lidar e trabalhava há muito tempo na empresa. Esse colega tinha o humor variável, era ríspido e, às vezes, agia sem critério nas suas decisões de aprovação – dependia do seu “estado de espírito”. E para piorar, eu era novato na empresa. Meu papel nesse processo era ir até as áreas, apresentar os dados e colher as aprovações.
Bom, não poderia ter outra atitude, a não ser, enfrentar o problema. A primeira reunião foi péssima, sem resultado. Mas com o tempo, com muita atenção e porque não dizer dedicação, conseguimos trabalhar bem e gerar os resultados de que a empresa esperava.
Algumas das atitudes que tomei e que deram resultado:
– Desarmei-me. Já haviam me dito que esse colega era difícil de lidar e que outras pessoas tiveram problemas de relacionamento com ele. Isso me fez ter certo receio no início do relacionamento e de certa forma criou-se um estereótipo em minha mente. Não permiti que esse receio prejudicasse nossa comunicação.
– Coloquei-me no lugar do colega (Empatia). Fiz questão de entender o que era importante para que ele aprovasse o processo. A partir de então, comecei a levar as informações mais detalhadas que facilitavam sua análise.
– Demonstrei preocupação com o que era importante para ele. Não somente falando de assuntos profissionais, mas de pessoais. Acabei descobrindo que ele tinha problemas com um filho e acabamos trocando algumas experiências familiares.
– Deixei o colega falar. Fiquei mais preocupado em ouvir, assim podia entender exatamente o que ele desejava receber. Já diz o ditado: “temos dois ouvidos e uma boca para ouvirmos mais do que falar”.
– Mostrei o que era importante para o meu processo. Consegui que ele entendesse em detalhes a importância da aprovação de sua área para todo o processo que meu departamento coordenava.
Não quero deixar a impressão de que sou intocável quando se trata de relacionamentos interpessoais – isso é utópico. Algumas vezes, devido à pressão do dia-a-dia, saímos do prumo e isso é normal e aceitável. O mais importante foi notar que dar um passo para trás me fez entender as necessidades e problemas que essa pessoa e seu departamento possuíam, ajudou na melhoria do relacionamento e comunicação entre os departamentos e também nos resultados gerados.
Você pode estar se perguntando o porquê intitulei esse artigo como “A arte de lidar com pessoas”. Lidar com pessoas passa de ser uma habilidade que podemos desenvolver; trata-se verdadeiramente de uma “ARTE”.
Quando deixei a empresa, notei que ganhei além de um colega de trabalho…. ganhei um amigo.
Ótima semana a todos.
Tiago Calipo
28/09/09
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